terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Time

Time is life. Time is splendorous.
Time is our guide, is our mentor.
There is something mysterious in the word time, a magical aura that embraces men.
Time is knowledge, time is experience.
Time is powerful, time is inevitable.
Men will rise whenever they control time.

By Dojo

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Crystal Castles

Uma referência a este CD. Primeira compra em HK e orgulho estampado na cara. Estava já há bastante tempo para o comprar mas na loja em Paris onde habitualmente me deslocava nunca o encontrei. Foi nas Asias que adquiri um dos cd’s do ano, na minha modesta opinião. Este duo canadiano rebenta o som de qualquer sítio através da combinação perfeita entre o magnífico Ethan Kath e a explosiva Alice Grass.

Por favor comprem o CD.

Deixo uma pequena amostra: http://hk.youtube.com/watch?v=5A8EE4X3sHU&feature=related
E o single (para os que se deixam ir – como eu – pela musica mais “catchy”): http://hk.youtube.com/watch?v=Y1svPxH2MbI

Ate mais
Dojo

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Sadness

Sento-me lentamente num desgastado banco desafiando o longo balcão. Apoio os cotovelos despidos numa mancha de uma substancia que não consigo identificar e coloco as mãos na cabeça criando a sensação de um nítido desespero interno. O bar está despido de pessoas, apenas a minha sofredora existência e um rapaz pequeno com um ar desleixado, ocupam o vazio do pequeno estabelecimento. Ao tirar as mãos do rosto deparo-me com a imagem de um homem angustiado, mal vestido, um homem perdido. Era a minha imagem reflectida no espelho embaciado por detrás das enumeras garrafas empoeiradas. Oiço uma voz estridente e enérgica perguntar-me gentilmente o que quero beber. Fito o pequeno rapaz durante uma eternidade de tempo enquanto mentalmente encontro uma resposta. “Quero um copo do mais forte que tiveres.” – disse desinteressado. As horas passaram fazendo com que eu perdesse a noção do tempo. á minha frente posicionados estavam vários pequenos copos de vidro vazios, a minha mão direita encontrava-se a tremer fazendo-lhes companhia. Inocentemente conclui que os tinha bebido. Tirei um bloco azul do bolso esquerdo das minhas calcas sujas e rasgadas e dirigi-me para uma das mesas inóspitas colocadas num canto sem luz. Pedi uma caneta ao pequeno rapaz, vejo-o sentar-se a minha frente de semblante preocupado enquanto coloca delicadamente a caneta a curta distância do meu bloco. “O senhor está bem?” – perguntou-me. “Estaria melhor se te levantasses e me trouxesses outro copo.”, ele levantou-se ofendido com a minha honestidade. Comecei a escrever na escuridão como que a esconder as estúpidas frases que estavam a sair da minha mão. Não era vergonha o que sentia de mim próprio, era pena. A tua ausência marcou o final da minha vida, tudo o que sou, fiz ou vivi ficou neste estúpido bloco.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

High Society

Não gosto da “high society”. A hipocrisia que paira no ar numa simples conversa sobre politica internacional enjoa-me. Gosto de coisas banais, da alarvidade e conforto que a amizade me transmite. A verdadeira amizade, não a “amizade” do interesse. Contudo, existe um debate interno que me confunde sempre que penso na alta sociedade (porque não utilizar a língua de quem um dia dividiu o mundo para agora se debater com o analfabetismo?), tudo o que nela me enoja cria uma estranha atracção que não consigo evitar. Um pouco como a aguardente. Ontem fui convidado pelo meu nobre companheiro Chuck para um jantar simpático em casa do tio dele (primeira descrição / personagem) => medico quiromântico que veio exercer a sua profissão para HK vai para 12 anos. Vive numa zona “classy” de HK no topo de uma montanha no último andar. O último andar vai portanto acompanhado de um terraço simpático onde a vista é impagável. Continuando, ao chegar preparamos a carne e bebidas na companhia da empregada => rapariga das Filipinas, simples e trabalhadora, está á vontade com todos, faz parte da família. É muito pobre e recebe um grande apoio financeiro de “The Doc”. Quando pensei que iríamos jantar apenas os 4 (me, Chuck, Gary and “The Doc”) chegam mais 2 amigos da casa, Dave and James => dois rapazes ingleses, jogadores de golfe profissionais, Dave é professor no clube de golfe de HK, James cresceu em HK e participa no Euro PGA. A vertente snobe é evidente em ambos, torna-se quase complicado de falar com qualquer deles. A medida que levamos a futura refeição e bebidas (muito bom vinho, sinceramente fiquei surpreendido com a qualidade das garrafas seleccionadas) para o terraço chega a namorada de James => uma tailandesa muito bonita, habituada á alta sociedade integra-se facilmente nas conversas e está nitidamente com o James por interesse. É tão evidente que tenho pena desta gente. A conversa durante o jantar é contudo interessante, fala-se de politica, fala-se de desporto, inevitavelmente de golfe e basket. Consigo impor-me e discutimos cerca de uma hora a história de Portugal, como pessoas cultas, todos conhecem a maior parte dos detalhes e associamos facilmente todas as pecas para chegar a conclusão que todos somos farinha do mesmo saco. Canadianos, Portugueses, Ingleses ou Tailandeses. No meio da discussão “The Doc” recebe um telefonema do Japão, é nada mais nada menos que o CEO da Adidas. Estou meio embriagado e discuto golfe com o James, vejo que algo está errado, olho para o Chuck (embalado numa conversa sobre a Tailândia com a bonita rapariga cujo nome nunca saberei) e concordamos que o melhor é ir para casa. Na despedida James convida-me para um aniversário num clube privado este fim-de-semana. O que dava por uma travessa de amêijoas e umas fresquinhas.

“Keep it cool dudes”

Curb Your Enthusiasm

Fico estupefacto com a simplicidade e espontaneidade do humor criado por Larry David. Simplesmente fascinante.
Num pequeno resumo pessoal, para quem não conhece a série em causa, a personagem Larry David (produtor de Seinfeld) faz papel dele próprio, vivendo a sua vida quotidiana onde, com um pequeno cheiro de George Costanza – mas “bem sucedido”, consegue sempre, e de formas extremamente caricatas, meter-se em situações embaraçosas. Todas as personagens são muito transparentes e simples, inclui também vários actores convidados que transmitem uma qualidade diferente a série – exemplos de Ben Stiller ou David Schwimmer.
“To keep the narrative fresh and spontaneous, Curb Your Enthusiasm is shot without a script; the cast is given scene outlines and often improvise lines as they go. The result is an unpredictable format that's unlike anything else on TV.”

Um conselho, de mim para vocês, por favor consumam esta série.

Summary

Será praticamente impossível resumir estas semanas num pequeno texto e não sou do tipo de escrever testamentos. Posso dizer que os primeiros tempos têm sido bastante equilibrados, um período de adaptação e reflexão que me parece natural para quem chega a um sítio novo. A cidade é maravilhosa, a mistura entre a natureza e o urbanismo absoluto transporta HK para um nível superior quando comparada a outras cidades. A vida e energia são talvez as duas coisas que mais me fascinaram nestes dias, a cidade não para, não é um exagero. A qualquer hora existem sítios abertos, lojas, bares, restaurantes, ate uma lavandaria vi aberta perto da uma da manha. A mistura de culturas e gentes transforma um simples passeio, um café / copo, um jogo de futebol, numa intensa troca de experiências e histórias mirabolantes. HK tem sem duvida a maior mistura de pessoas jamais vista.
A instalação foi facilitada porque fui “abrigado” por 2 canadianos que me ajudaram bastante nestes primeiros dias, nunca exagerando no apoio nem sendo protectores, mas sim orientando-me de uma forma natural e espontânea para os prazeres e também dificuldades que posso ter aqui. A casa é confortável q.b. e torna-se engraçado viver com pessoas tão diferentes. De referir que o Chuck é o típico desportista aventureiro, que já participou no triatlo Professional, tipo bem aparentado, com bastante sucesso em HK, amante de se levantar as 6 da manha para andar de bicicleta nas montanhas. O Gary, em clara oposição, devido a algumas lesões graves deixou de poder praticar basket e passou a ser scout oficial dos Lakers, significa que passa a maior parte do ano a viajar a procura de talentos para incluir no draft da NBA. A vida dele em HK resume-se a beber, beber, beber, não dormir, beber, beber, ah, e prostitutas. É um tipo bestial, gosto dele. O Chuck tem 26 anos e o Gary talvez 40, ninguém sabe.
O trabalho é o meu desafio, digamos que é um prazer enorme trabalhar com este mercado. O volume de trabalho é muito grande, a responsabilidade também, muita autonomia, criatividade, e com alguma sorte (ate agora tenho-me dado as mil maravilhas com a minha boss) grande possibilidade de viajar para Taiwan, Tailândia, China e Correia.
Penso que é um resumo justo, sintético e suficiente para deixar as pessoas mais curiosas com um pequeno gosto da minha mais recente experiência / aventura.
As Gary would say: “God bless Hong Kong”.

Mais não digo.

Do vosso sempre querido,
Diga (Dojo, master of Karate)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Asian Letters

As cortinas movem-se ao som de uma brisa cínica roçando nas minhas pernas enfraquecidas, através da janela o nevoeiro impede-me de ver as ondas baterem levemente no cais. Mais uma inútil ressaca, um momento estático de uma solidão disfarçada. Em cima da imunda e velha mesa de madeira plantada no centro da sala, uma garrafa vazia faz companhia a um copo de whisky, os meus olhos semicerrados observam-no imóveis entre pensamentos lascivos. Mexo no cabelo num movimento lento e patético de quem perdeu a coragem. Penso nos cigarros que não fumei por tua causa. Caminho sem convicção ate a minha aparelhagem, como eu ela também esta gasta pelo tempo, ponho o disco riscado que me ofereceste e oiço histórias de um passado que nunca esqueci, choro sem qualquer razão. As lágrimas caem lentamente por entre as minhas mãos secas e sujas, não tenho vergonha. Agarro-me a um livro antigo onde no meio de papéis rectangulares com números de pessoas a quem nunca liguei encontro uma carta tua. Queimo-a usando um isqueiro de um qualquer bar que finjo não conhecer. Tiro da carteira a tua pequena fotografia, um pequeno quadrado mostra-me a perfeição, como se a delicada mão que segura o teu queixo me estivesse a arrancar impiedosamente o coração. Deixo-me cair no chão inanimado num estrondo que ecoa na minha cabeça vazia, não quero viver. Insulto a felicidade e critico a sorte, sou um traste.

sábado, 6 de dezembro de 2008

Number 1

Um primeiro post para anunciar a estreia de um novo blog inspirado na minha nova vida no continente mais misterioso e sensual do nosso pequeno universo.

Que a nossa historia seja marcada por bonitas experiencias.

Sem mais
O vosso
Diga