Não gosto da “high society”. A hipocrisia que paira no ar numa simples conversa sobre politica internacional enjoa-me. Gosto de coisas banais, da alarvidade e conforto que a amizade me transmite. A verdadeira amizade, não a “amizade” do interesse. Contudo, existe um debate interno que me confunde sempre que penso na alta sociedade (porque não utilizar a língua de quem um dia dividiu o mundo para agora se debater com o analfabetismo?), tudo o que nela me enoja cria uma estranha atracção que não consigo evitar. Um pouco como a aguardente. Ontem fui convidado pelo meu nobre companheiro Chuck para um jantar simpático em casa do tio dele (primeira descrição / personagem) => medico quiromântico que veio exercer a sua profissão para HK vai para 12 anos. Vive numa zona “classy” de HK no topo de uma montanha no último andar. O último andar vai portanto acompanhado de um terraço simpático onde a vista é impagável. Continuando, ao chegar preparamos a carne e bebidas na companhia da empregada => rapariga das Filipinas, simples e trabalhadora, está á vontade com todos, faz parte da família. É muito pobre e recebe um grande apoio financeiro de “The Doc”. Quando pensei que iríamos jantar apenas os 4 (me, Chuck, Gary and “The Doc”) chegam mais 2 amigos da casa, Dave and James => dois rapazes ingleses, jogadores de golfe profissionais, Dave é professor no clube de golfe de HK, James cresceu em HK e participa no Euro PGA. A vertente snobe é evidente em ambos, torna-se quase complicado de falar com qualquer deles. A medida que levamos a futura refeição e bebidas (muito bom vinho, sinceramente fiquei surpreendido com a qualidade das garrafas seleccionadas) para o terraço chega a namorada de James => uma tailandesa muito bonita, habituada á alta sociedade integra-se facilmente nas conversas e está nitidamente com o James por interesse. É tão evidente que tenho pena desta gente. A conversa durante o jantar é contudo interessante, fala-se de politica, fala-se de desporto, inevitavelmente de golfe e basket. Consigo impor-me e discutimos cerca de uma hora a história de Portugal, como pessoas cultas, todos conhecem a maior parte dos detalhes e associamos facilmente todas as pecas para chegar a conclusão que todos somos farinha do mesmo saco. Canadianos, Portugueses, Ingleses ou Tailandeses. No meio da discussão “The Doc” recebe um telefonema do Japão, é nada mais nada menos que o CEO da Adidas. Estou meio embriagado e discuto golfe com o James, vejo que algo está errado, olho para o Chuck (embalado numa conversa sobre a Tailândia com a bonita rapariga cujo nome nunca saberei) e concordamos que o melhor é ir para casa. Na despedida James convida-me para um aniversário num clube privado este fim-de-semana. O que dava por uma travessa de amêijoas e umas fresquinhas.
“Keep it cool dudes”
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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3 comentários:
por falar em alta sociedade,
a que horas é que saem os resultados do teu onlinefootballmanager?
tens que fazer a equipa a meio da tarde agora? elucida-me.
Continuas com as tuas "estórias" maradas. Concordo com a punch line, though: aquelas tardes na Adega de Telheiras antes dos jogos do Benfas não têm substituto à altura. Por muita festa para CEO que haja para aí.
Nao percebo nada do onlinefootball agora, menos dos deadlines. Faco a equipa quando chego ao escritorio e no dia seguinte la estao os resultados outra vez. E estranho isto.
Take me back to Adega, just take me home.
Que saudades do Daniel.
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