Conheço pouco sobre os velhos.
Sim, as pessoas de idade que compram o jornal de manha e se sentam nos bancos de jardim todo dia. Sim, os que jogam cartas viciados trocando frases incompreensíveis para os demais. Sim, os que por motivos de saúde ou por despeito viajam sentados nos transportes públicos. Eles, os velhos.
Eles que carregam a nossa história. Sim, os que precisam de fraldas por sofrerem de incontinência. Sim, eles. Eles, que nos cabelos gastos nos trazem o passado. Eles , que nas velhas mãos nos mostram o sofrimento do presente. Eles , que nos olhos cansados reflectem o futuro. Eles, os velhos.
Eles que praguejam contra a evolução. Sim, os que insultam a juventude perdida. Eles, que fumam por fumar. Eles que são a voz da experiencia, eles que sabem o que nunca saberemos. Sim, os que viveram durante guerras, os que viveram num mundo sem poluição. Sim, eles que inventaram o que utilizamos. Eles, os velhos.
Nós não respeitamos os velhos. Sim, nós somos cruéis. Nós não reconhecemos o que fizeram por nós. Sim, nós ignoramos os velhos. Eles que nos deram o chao que pisamos. Eles que não se conheceram na internet. Sim, eles que jogavam ao pião. Sim, eles que se encontravam ás escondidas com as namoradas nos jardins. Eles, os velhos.
Nós os sabichões. Nós os eternos precoces. Nós a juventude sem rumo. “Eles têm sempre razão?”. Eles, os velhos, transportam a razão. Eles sabem. E nós? Nós não os ouvimos. Nós jogamos nas consolas. Nós consumimos os programas na televisão. Nós falamos a desconhecidos através de um monitor. Nós? Nós não sabemos nada.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
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