domingo, 4 de janeiro de 2009

Bye

Sem perceber o estado do sujo tampo de vidro pousei violentamente o copo insípido de whisky barato em cima da mesa. Ignorei as fendas enquanto mentalmente te pedi uma mísera explicação. Espero-a numa ansiedade relaxante acompanhado da estranha mesa de vidro rachado e do eterno solitário copo embebido ao qual me seguro com todas as forcas que ainda tenho. “Essa merda só te faz mal” – dizes-me indiferente voltando-me as costas num movimento brusco. Não te respeito, não te oiço, não me das a explicação que estupidamente procuro. Perco-me num mar infinito de pensamentos inúteis em busca de qualquer coisa inteligentemente construída para te dizer. Estou confuso, abano o braço direito discretamente e fito o longínquo líquido gorduroso perguntando-lhe por uma solução. “O teu cabelo está diferente” – digo sem pensar na futilidade do meu comentário idiota. Observo a mesa rachada e dou mais um longo gole, estou á tua espera. “Vou sair, não sei quando volto” – as ultimas palavras que secamente me dirigiste.

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