Estou apaixonado por Tokyo. Pela cidade, pelas pessoas, pela cultura, pelas ruas, pela organizacao, pela comida, por tudo. Um simples dia em Tokyo da para perceber que em Lisboa/Europa estamos ainda no seculo XIX. A tecnologia/creatividade esta presente em tudo o que os japonese poem a mao. O impressionante esta mesmo no facto de tudo estar extremamente coordenado, organizado, limpo e bem conservado. Desde lojas, a passeios, jardins, ruas, edificios, cafes ou restaurantes. Entre bons exemplos do desenvolvimento de Tokyo, estao o sistema electronico das sanitas (muito interessante), onde uma serie de comandos associados ao assento permitem que, com um jacto de agua automatico, se obtenha uma limpeza do traseiro agradavel e fresca, ou ainda o aquecimento do assento para evitar qualquer desconforto na ida a casa de banho.
Outro exemplo curioso, sao os chamados “love hotels”, que podem ser utilizados fora da conjuntura obvia do seu nome. A criacao destes hoteis tem origem nos precos astromicos dos taxis em Tokyo, ora passo a explicar, como a maioria dos habitantes vive longe dos centros (centros de lazer – restaurantes, bares) e o metro/comboio so abre as 5 e meia da manha, estes hoteis foram construidos para facilitar a vida a casais, e nao so, que nao tenham dinheiro para pagar um taxi para casa. Sim os taxis sao mais caros que o aluguer do quarto. Pode-se escolher o quarto atraves de um video sem passar por qualquer recepcao ou contacto directo com uma pessoa afim de evitar embaraco. De referir que, devido ao elevado preco das rendas, a maioria dos jovens vive com os pais e pode tambem utilizar estes hoteis para momentos mais intimos fora do contexto descrito. Ultima curiosidade, para os habitantes de Tokyo nao existem SMS’s, a mensagem escrita eh para eles uma autentica incognita, todos comunicam por e-mail, todos os telemoveis tem acesso a internet e estao preparados para enviar e-mails e comum pesquisa atraves do explorer ou safari. Logicamente eu fiz a triste figura do: “mando-te uma mensagem mais tarde com a morada do restaurante, ok”, “ mandas o que, desculpa?”, funnys estes japunas.
Fora as curiosidades acima descritas, tenho a dizer que comi a grande e a japonesa, tirando 2 refeicoes ocidentais (uma francesa, outra “mediterranica” – seja la o que isso for) comi apenas comida japonesa. Tokyo eh a cidade do mundo com mais restaurantes por metro quadrado, se pensarem que a cidade tem 30 milhoes de habitantes (sim, 3x mais que Portugal inteiro) podem ter uma ideia da quantidade de restaurantes que se podem ver num simples passeio pela cidade. A questao eh que todos eles tem comida fresca e servem maravilhosamente, com um atendimento super profissional e simpatico que da vontade de voltar sempre ao mesmo sitio.
Entre as refeicoes que fiz, na terca comi numa taberna bem ao estilo underground Tokyo com a nova manager para a Coreia, excelente comida tipica japonesa + comi barbatana de tubarao; quarta fui a um restaurante trendy Japones (eles quando dizem trendy nao brincam, eh mesmo trendy) com a rapariga que estava a formar mais a manager da Coreia, a comida estava divinal e provei pela primeira vez o Shochu (semelhante ao Sake mas feito de forma distinta, eh conhecido como o elixir da juventude - http://en.wikipedia.org/wiki/Shochu), adorei. Curiosidade, as mesas estavam todas situadas dentro de pequenos cubiculos ao estilo lusco-fusco japones e chamavas o empregado atraves de um botao.
Ora quinta feira foi talvez o melhor jantar a nivel de qualidade de comida e bebida, o Goncalo chegou de manha e combinei com a Catarina (brasileira nascida na Coreia que eh reporter da Record em Tokyo) irmos jantar juntos. Ela marcou uma mesa num restaurante pelo qual fiquei apaixonado, mesmo conceito de mesas intimas mas com uma seleccao de comida (diferente da que estamos habituados) espetacular e um Shochu de batata que era de chorar por mais. Jantamos eu, a Naho (rapariga que estava a formar), Catarina, Brian (americano, marido da cata), Goncalo e Maiko (namorada do goncalo, japonesa btw), o grupo estava animado pelo shochu, cerveja japonesa e sake, e o jantar foi super divertido, again a comida estava excepcional.
Sexta combinamos jantar com a Marina (rapariga japonesa que fez erasmus comigo e com o Emilio) mais amigas noutra zona diferente de restaurantes, bares e discotecas. O restaurante foi escolhido pela Marina e mais uma vez comemos muito bem, mas o melhor foi o Sake. Serviram o dito cujo dentro de canas de acucar/bamboo, conservando o frio e bebendo o delicioso liquido dentro de copos tambem eles feitos de bamboo. O shochu nao estava tao bom, mas o empregado que nos serviu era simplesmente de chorar a rir, super simpatico e “metedico”. Jantamos eu, Goncalo, Maiko, Marina, Arisa (mais tarde apelidada de Alzira para facilitar a comunicacao) e uma gaja da qual nao me lembro do nome mas extremamente oferecida e bem feita, para nao ser parva. Acabando o jantar fomos encontrar o Bernardo, acabado de chegar e ainda baralhado e ligeiramente chateado (mas nao surpreendido) com o avancar do nosso estado alcoolico para a hora. Bem, passando a frente, encaminhamo-nos pelas animadas ruas de Shibuya ate uma discoteca sugerida pelas locais. Tinha 2 pisos (apesar de elas insistirem que eram 3), com diferentes estilos de musica, desde Pop, Hip-Hop ate a house/electronico. Passamos um bom momento naquele espaco e fomos para o hotel onde no pequeno quarto apenas com uma cama, ficamos os 3 num conforto algo duvidoso.
Sabado era dia de passeio, e tambem de mudanca de hotel. Foi de grande inteligencia decidirmos mudar de hotel, mas antes de descrever o seu conceito, vou contar-vos a caricata cena de despedida do anterior hotel. Ora sabado era dia D para o Goncalo, ia almocar com os pais da Maiko afim de ser “apresentado” a familia. Curiosamente, a minha saida do hotel com o Bernardo e as malas coincidiu com a chegada dos pais da Maiko e a nossa apresentacao foi inevitavel, qual nao eh o meu espanto que ao ver o Bernardo dirigir-se afim de dar um beijinho a mae da Maiko (qual portuga decidido) o Goncalo corre assustado gritando: “nao beijes, nao beijes”. Priceless.
Ora passemos ao novo hotel. Situado perto de Ginza (zona de comercio chique) a recepcao ficava no 16 andar onde decorada num estilo moderno repleto de classe se podia ver a bela vista sobre Tokyo. O nosso quarto estava no 20 andar e era tao discretamente bem decorado como o resto do hotel, muito simpatico, muito mesmo.
O passeio nesse dia estava decidido ha muito e depois de uma curta passagem por Ginza, encaminhamo-nos de metro (eu e Bernardo) para o templo de Akasuka, numa area interessante de Tokyo, ladeado por uma feira repleta de lojas de rua e restaurates, uma longa rua levou-nos ao templo imponente apesar de estar em obras (domage). Pessoalmente acho que todas as religioes sao despreziveis mas mantenho esta estranha atraccao pelo budismo, gosto da purificacao da alma, do cheiro do incenso, da paz e da crenca num destino. Gostei do templo basicamente.
Depois disto, fomos para Harajuku, zona alternativa de Tokyo, repleta de comercio, pequenos cafes e autenticas personagens (as pessoas vestem-se como nunca antes visto) e aqui terminamos o dia por entre uma sessao fotografica no minimo comica, dificil de descrever.
O jantar ficou combinado outra vez com a Catarina, agora perto dos canais da zona sul de Tokyo. O restaurante era muito giro, situado na margem do rio/mar, tinha producao propria de cerveja (que diga-se nao estava nada demais) e ficamos na simpatica esplanada onde jantamos eu, Goncalo, Bernardo, Alzira, Catarina, Brian, Maiko + 2 amigos (um e uma). A comida era agradavel, yet ocidental. Mais tarde fomos a um bar de salsa (ainda nao percebi muito bem fazer o que) e domingo foi dia de acordar e preparar as coisas para voltar para a realidade.
Note: esqueci-me de referir (quase hein), que de tarde comprei uma daquelas gravatas pretas fininhas para ir com a minha camisa branca e fiz uma figura ridicula toda a noite, sem vergonhas.
Quero ir trabalhar para Tokyo.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
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3 comentários:
Quero ir trabalhar para um Love Hotel. Vai ser óptimo.
Inveja, inveja...
Gosto que tenhas voltado ao registo normal, em que contas o que se passa por aí..
Grande abr!
Nina
PS: e que deixes anónimos comentar...
Das melhores invencoes que vi e conheco.
O meu blog eh agora democratico antonio (ou diria Antonios, ja que ambos assim foram baptizados), uma evolucao dos tempos.
Aquele
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